segunda-feira, 5 de abril de 2010

Veríssimo Apócrifo

Recebi outro email ontem à noite no mesmo grupo da faculdade. O Veríssimo publicou um texto ontem mesmo contando que o texto sobre o BBB não é dele.
Colarei o texto de ontem aqui pra vocês, mas o fato de não ter sido o próprio Veríssimo quem escreveu o texto anterior não tira o mérito do texto falar um bocado de verdades nas quais devemos reflexionar.

Aí vai.
B


Outro você - 
Luis Fernando Veríssimo

Me dizem que rola um texto na internet com minha assinatura baixando o pau no “Big Brother Brasil”.

Não fui eu que escrevi.

Não poderia escrever nada sobre o “Big Brother Brasil”, a favor ou contra, porque sou um dos três ou quatro brasileiros que nunca o acompanharam.

O pouco que vi do programa, de passagem, zapeando entre canais, só me deixou perplexo: o que, afinal, atraía tanto as pessoas — além do voyeurismo natural da espécie — numa jaula de gente em exibição?

Falha minha, sem dúvida. Se prestasse mais atenção talvez descobrisse o valor sociológico que, como já ouvi dizerem, redime o programa e explica seu fascínio. Pode ser. Os “Big Bro$” e similares fazem sucesso no mundo todo. Provavelmente eu e os outros três ou quatro resistentes apenas não pegamos o espírito da coisa. 

Também me dizem que, além de textos meus que nunca escrevi (como textos igualmente apócrifos do Jabor, da Martha Medeiros e até do Jorge Luís Borges), agora frequento a internet com um Twitter. 

Aviso: não tenho tuiter, não recebo tuiter, não sei o que é tuiter. 

E desautorizo qualquer frase de tuiter atribuída a mim a não ser que ela seja absolutamente genial. Brincadeira, mas já fui obrigado a aceitar a autoria de mais de um texto apócrifo (e agradecer o elogio) para não causar desgosto, ou até revolta. Como a daquela senhora que reagiu com indig$ção quando eu inventei de dizer que um texto que ela lera não era meu:

— É sim.

— Não, eu acho que...

— É sim senhor!

Concordei que era, para não apanhar. O curioso, e o assustador, é que, em textos de outros com sua assinatura e em tuiters falsos, você passa a ter uma vida paralela dentro das fronteiras infinitas da internet.

É outro você, um fantasma eletrônico com opiniões próprias, muitas vezes antagônicas, sobre o qual você não tem nenhum controle,

— Olha, adorei o que você escreveu sobre o “Big Brother”. É isso aí!

— Não fui eu que...

— Foi sim!

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